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Foto do escritorAna Dalmann

Secas e queimadas deixam alimentos, como açúcar, feijão e carne, mais caros

A seca mais severa dos últimos 44 anos está impactando drasticamente a economia brasileira, especialmente no setor de alimentos. Com queimadas se alastrando por diversas regiões e chuvas irregulares, muitos produtos essenciais estão vendo seus preços dispararem, e a tendência é que essa situação persista nos próximos meses.





Impacto nas Commodities: Açúcar em Alta


O Brasil, sendo o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, enfrenta grandes desafios em suas plantações, particularmente no estado de São Paulo, onde as queimadas já destruíram mais de 80 mil hectares. Essas perdas já resultaram em um prejuízo estimado em R$ 800 milhões [oai_citation:14,Seca histórica no Brasil ameaça preços e qualidade dos alimentos](https://ohoje.com/2024/09/03/seca-historica-no-brasil-ameaca-precos-e-qualidade-dos-alimentos-em-2024/). O impacto disso pode ser sentido tanto no mercado interno quanto no externo, uma vez que 75% do açúcar brasileiro é exportado. Na Bolsa de Valores, o preço do açúcar refinado e cristal tem apresentado altas expressivas, com o valor do açúcar bruto subindo 2,36% em média na última semana [oai_citation:13,Seca deve impactar preço e qualidade de alimentos no país, indica Conab](https://climainfo.org.br/2024/09/05/seca-deve-impactar-preco-e-qualidade-de-alimentos-no-pais-indica-conab/).


Além da redução na oferta de cana, a demanda por açúcar no mercado internacional continua forte, e o Brasil exportou mais de US$ 8,69 bilhões em açúcar neste ano [oai_citation:12,Seca histórica no Brasil ameaça preços e qualidade dos alimentos](https://ohoje.com/2024/09/03/seca-historica-no-brasil-ameaca-precos-e-qualidade-dos-alimentos-em-2024/). Com os estoques limitados, o preço tende a continuar subindo, impactando diretamente o consumidor final.


Frutas e Hortaliças: Impactos da Seca


Outro setor fortemente afetado pela seca é o de frutas e hortaliças. A produção de laranja, essencial para o suco, enfrenta sérios desafios, uma vez que 85% de sua produção se concentra nas regiões de São Paulo e Triângulo Mineiro, áreas severamente atingidas pela estiagem [oai_citation:11,Seca histórica no Brasil ameaça preços e qualidade dos alimentos](https://ohoje.com/2024/09/03/seca-historica-no-brasil-ameaca-precos-e-qualidade-dos-alimentos-em-2024/). O suco de laranja, produto de exportação chave, também deve continuar em alta, já que a demanda internacional se mantém robusta, mas a oferta não consegue acompanhar.


A banana, especialmente a variedade banana-prata, é outra fruta que já está mais cara. A irregularidade das chuvas causou estresse hídrico nos bananais, prejudicando o desenvolvimento dos cachos e levando a uma baixa produção [oai_citation:10,Seca histórica no Brasil ameaça preços e qualidade dos alimentos](https://ohoje.com/2024/09/03/seca-historica-no-brasil-ameaca-precos-e-qualidade-dos-alimentos-em-2024/) [oai_citation:9,Seca deve impactar preço e qualidade de alimentos no país, indica Conab](https://climainfo.org.br/2024/09/05/seca-deve-impactar-preco-e-qualidade-de-alimentos-no-pais-indica-conab/). Essa alta deverá persistir até o início de novembro, quando se espera uma recuperação nas colheitas.


A melancia, que é uma fruta bastante resistente ao calor, também sofre com os extremos climáticos. As plantações em São Paulo e Goiás estão sendo prejudicadas pela falta de chuvas e queimadas, o que deve impactar o tamanho e a qualidade dos frutos [oai_citation:8,Seca histórica no Brasil ameaça preços e qualidade dos alimentos](https://ohoje.com/2024/09/03/seca-historica-no-brasil-ameaca-precos-e-qualidade-dos-alimentos-em-2024/). A **cenoura** e o **tomate**, que costumam ter preços menores na seca, também podem sofrer aumentos se a estiagem continuar, uma vez que são mais suscetíveis a variações climáticas e dependem de sistemas de irrigação que nem sempre estão presentes em todas as lavouras [oai_citation:7,Seca deve impactar preço e qualidade de alimentos no país, indica Conab](https://climainfo.org.br/2024/09/05/seca-deve-impactar-preco-e-qualidade-de-alimentos-no-pais-indica-conab/).


Carnes e Derivados: Custo Elevado de Produção


No setor de proteínas, a pecuária também está enfrentando grandes desafios. Com a seca, o pasto está ficando cada vez mais escasso, obrigando os pecuaristas a complementar a alimentação dos rebanhos com ração, o que eleva os custos de produção. A previsão é de que o preço da arroba do boi gordo no atacado suba 2,47%, e embora no varejo ainda não haja uma previsão clara, o aumento de preços é praticamente inevitável [oai_citation:6,Seca histórica no Brasil ameaça preços e qualidade dos alimentos](https://ohoje.com/2024/09/03/seca-historica-no-brasil-ameaca-precos-e-qualidade-dos-alimentos-em-2024/).


Além disso, a criação de gado está migrando do sistema de pasto para o confinamento, que é mais caro e depende fortemente de grãos como milho e soja, cujos preços também estão sofrendo pressões. A oferta de leite e derivados, como queijos, segue a mesma tendência, com o preço do leite já refletindo a necessidade de suplementar a alimentação do gado durante a seca [oai_citation:5,Seca deve impactar preço e qualidade de alimentos no país, indica Conab](https://climainfo.org.br/2024/09/05/seca-deve-impactar-preco-e-qualidade-de-alimentos-no-pais-indica-conab/).


O Papel das Queimadas e da Crise Climática


O aumento da frequência e intensidade das queimadas também agrava o problema, especialmente em regiões produtoras como o Pantanal e a Amazônia, que estão registrando recordes de emissões de carbono devido aos incêndios florestais [oai_citation:4,Seca deve impactar preço e qualidade de alimentos no país, indica Conab](https://climainfo.org.br/2024/09/05/seca-deve-impactar-preco-e-qualidade-de-alimentos-no-pais-indica-conab/). Esses eventos não apenas destroem áreas cultiváveis, mas também afetam o microclima local, tornando ainda mais difícil a recuperação das safras no futuro.


A crise climática global desempenha um papel central nessa situação. Com a piora das condições climáticas, secas mais severas e prolongadas estão se tornando comuns, e o Brasil, como um dos maiores produtores de alimentos do mundo, está na linha de frente desses impactos [oai_citation:3,Seca deve impactar preço e qualidade de alimentos no país, indica Conab](https://climainfo.org.br/2024/09/05/seca-deve-impactar-preco-e-qualidade-de-alimentos-no-pais-indica-conab/) [oai_citation:2,Seca histórica no Brasil ameaça preços e qualidade dos alimentos](https://ohoje.com/2024/09/03/seca-historica-no-brasil-ameaca-precos-e-qualidade-dos-alimentos-em-2024/). A falta de políticas públicas eficazes e de sistemas de irrigação adequados em muitas áreas agrícolas piora ainda mais a situação, deixando os pequenos produtores especialmente vulneráveis.


Perspectivas Futuras


Apesar do cenário desafiador, especialistas acreditam que o Brasil ainda poderá evitar um desabastecimento generalizado de alimentos. No entanto, os consumidores deverão se preparar para preços mais altos, especialmente em produtos como frutas, carnes e leite, nos próximos meses [oai_citation:1,Seca histórica no Brasil ameaça preços e qualidade dos alimentos](https://ohoje.com/2024/09/03/seca-historica-no-brasil-ameaca-precos-e-qualidade-dos-alimentos-em-2024/). A recuperação das safras dependerá fortemente da chegada de chuvas e de melhores condições climáticas, que até o momento permanecem incertas.


Para mitigar os efeitos dessa crise, investimentos em infraestrutura, como sistemas de irrigação, e a adoção de práticas agrícolas mais sustentáveis são essenciais. Além disso, o fortalecimento de políticas públicas voltadas para o combate à crise climática poderá ajudar o país a enfrentar melhor esses desafios no futuro.


Em resumo, a seca histórica e as queimadas estão provocando uma tempestade perfeita no mercado de alimentos, elevando preços e prejudicando a qualidade dos produtos. Embora as previsões sejam de mais aumento de preços, há esperança de que a normalização do clima e a implementação de soluções de longo prazo possam trazer algum alívio para produtores e consumidores.

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